Bol On Line - Nº 53: Mobilização garante renegociação do passivo trabalhista
Nesta terça-feira, 23, trabalhadores das Fábricas Ocupadas Cipla/Interfibra conseguiram garantir o acordo de pagamento do passivo na Justiça do Trabalho em 3% do faturamento mensal.
Com a preseça de 50 trabalhadores nos corredores da 4ª Vara Trabalhista de Joinville, foi possível protocolar e entregar, em audiência, ao atual Juiz Nivaldo Stankiewicz uma carta que solicitava moratória de um ano e renegociação da dívida deixada pelos Batschauer. Embora a moratória não tenha sido aceita, a manutenção do acordo foi um passo muito importante na defesa dos empregos.
Para evitar leilões e penhoras de bens e maquinários freqüentes, em 2005 foi firmado um acordo entre as Fábricas e a Justiça do Trabalho para o pagamento do passivo trabalhista. Conforme o acordo, as duas empresas depositariam 3% do seu faturamento mensal à Justiça. As empresas cumpriram "religiosamente" com a palavra e dessa forma pagaram, em 18 meses, R$ 1,98 milhões - uma quarta parte da dívida contabilizada em R$ 8,5 milhões.
Em novembro de 2006, a Justiça resolveu mudar o acordo e cobrar 5% do faturamento das empresas. Valor considerado "humanamente impossível", pela Comissão das Fábricas. "É de se informar ao juízo de que o ponto de equilíbrio das duas empresas, Cipla e Interfibra, encontra-se em um faturamento mensal de R$ 10 milhões, ao invés dos atuais R$ 4 milhões", diz a carta.
Paulo Dresh, que acompanhou a audiência, avaliou o resultado como positivo. "Foi muito boa a conversa. Muito amigável. O Juiz disse que, da próxima vez que precisarmos conversar, ele nos atenderá prontamente", concluiu.
O Juiz Nivaldo também concordou que quem deve pagar as dívidas é quem as fez e pediu ajuda para achar os bens dos próprios irmãos Batschauer para o pagamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário