quarta-feira, setembro 12

Carta aberta a Companhia Paulista de Energia

Carta aberta a Companhia Paulista de Energia

  1. Somos trabalhadores da fábrica Flaskô. Há mais de 4 anos ocupamos a fábrica e retomamos a produção sob o controle dos operários diante da pilhagem e destruição que os antigos patrões organizaram com a conivência dos governos e dos corruptos deste pais. Desde o inicio levantamos a bandeira da estatização (função social e coletiva) como forma duradoura de manutenção dos empregos e dos direitos, inclusive o BNDES apresentou relatório conclusivo confirmando nossa opinião ao propor a adjudicação das fábricas ocupadas pelo governo federal como única forma de salvar os empregos. (Documento em Anexo)
  2. Estivemos reunidos com o Presidente Lula, com diversos ministros sempre discutindo e cobrando soluções para os empregos na fábrica ocupada Flaskô diante do passivo de mais de 110 milhões de reais deixados pelos antigos patrões. Nenhuma resposta conclusiva se apresentou por parte do governo. Mas de outro lado conquistamos o apoio de centenas de organizações da classe trabalhadora, de parlamentares comprometidos com a questão social e milhares e milhares de trabalhadores em todo o Brasil e pelo mundo força esta que nos permitiu continuar lutando e trabalhando, continuar em nossa luta para conquista uma solução final que mantivesse todos os empregos e direitos nas fábricas ocupadas.
  3. Hoje sofremos uma situação muito mais muito difícil. Passamos 40 dias sem energia elétrica o que ocasionou prejuízos enormes entre todos o mais importante foi o sofrimento das famílias dos trabalhadores sem salários e comida em casa. Mas nos resistimos e conseguimos religar a energia após um acordo com a CPFL, que previa o pagamento de 4 contas atrasadas e mais a conta do mês, além do pagamento de um antigo acordo que foi feita para o pagamento de dívidas pelos antigos patrões e que durante mais de um ano não foi paga e os trabalhadores em 2005 fizeram um acordo diante da ameaça de corte de energia.
  4. A energia foi religada em 06 de agosto e até hoje já pagamos uma conta de energia, pagamos 3 parcelas do acordo, o que totaliza mais de 150 mil reais.
  5. No entanto ainda temos para este mês mais 180 mil para pagar nos próximos dias e constatamos em assembléia realizada nesta data que se não renegociarmos estes valores a fábrica vai ao fechamento e nos trabalhadores ficamos sem salários hoje e sem emprego amanha.
  6. Não somos caloteiros. Ao contrários mantivemos a fábrica funcionando este 4 anos cumprindo com nossos acordo, por isso que lançamos esta carta a CPFL apelando para que aceitem uma renegociação da maneira como a apresentamos, pois é a única forma viável de manter os pagamentos e aos mesmo tempo manter os empregos e direitos.
  7. Sabemos que a situação é muito complicada, mas vamos pesar na balança os fatos:

  1. de um lado são mais de 100 pais e mães de família lutando pelos seus empregos e direitos, onde não resta mais nada senão apelar e explicar pacientemente a situação e mantendo a luta, pois nos não podemos desistir de nossos empregos.
  2. De outro lado para a CPFL a diferença será muito pequena, e sabemos que há muitos acordos feitos como o que pedimos, além do mais a CPFL é uma empresa que reivindicaseu caráter social.
Sumaré, 12 de julho de 2007

Pedro Santinho

Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô

19-8102-6228

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