sexta-feira, abril 18

ATAQUE A CLASSE OPERÁRIA DA ARGENTINA

Reprimiram aos trabalhadores de IMPA e a colegas da ANTA-CTA, que acompanham a luta

No dia da data, 17 de abril de 2008, sucederam-se feitos de repressão policial contra os trabalhadores da empresa recuperada IMPA e contra todos os colegas da Associação Nacional de Trabalhadores Autogestionados-CTA, que acompanham a luta pela manutenção da fonte de trabalho mantida de forma autogestionada por parte dos trabalhadores de dita fábrica.
Para centextualizar cabe esclarecer que a empresa autogestionada IMPA tem estado em concordata de credores desde 1997 e pagou o 90% da dívida. Ainda que tendo chegado a um princípio de acordo, faz menos de uma semana, com duas de seus credores, o juiz que entende na causa resolveu pelo despejo de IMPA sem mediar nenhum tipo de negociação prévia e desconhecendo por completo as tratativas e acordos obtidos com ditos credores já citados.
Assim é que ordenou o despejo pela força da fábrica, o qual se concretizou na terça-feira 15 de abril de 2008, às 22 hs. É assim que no dia de ontem, 16 de abril de 2008, se juntou um nutrido grupo de trabalhadores autogestionados em apoio da fonte de traalho dos colegas de IMPA, e pela continuidade trabalhista dos mesmos na empresa que souberam recuperar e pôr novamente em funcionamento faz anos atrás.
E neste dia, e para não sair de seu costume, a Polícia Federal reprimiu ferozmente a todos os colegas que mantinham a vigília na porta da fábrica. Sem mediar nenhuma provocação por parte dos colegas, senão simplesmente a pressão provocada pela presença no lugar e por manter viva consigna-a de que “IMPA é dos trabalhadores”, é que a polícia começou sua provocação e repressão mediante os chorros de sua carroça hidrante ao que continuou com os disparos de balas de borracha e gases lacrimógenos sem lhes importar para nada que dessa maneira podiam ferir gravemente, dado o estreito das ruas da zona, não somente aos colegas que estavam ali senão que também aos vizinhos que conhecem e apoiam aos trabalhadores de IMPA.
O resultado da feroz repressão é que detiveram a 35 colegas, dos quais 20 são de IMPA e 15 de cooperativas pertencentes a ANTA ( Associação Nacional de Trabalhadores Autogestionados).
Por tudo isto solicitamos a todas as organizações, que estejam na senda da luta dos trabalhadores e pela reivindicação e defesa de seus postos de trabalho e por seus direitos, que difundam o sucedido da maneira o mais amplamente possível e também estar atentos a que SE TOCAM A UM NOS TOCAM A TODOS.
Muito obrigado por sua atenção e abraços para todos.

quarta-feira, abril 9

TRABALHADORES NA ARGENTINA NO PIQUETE POR SEUS DIREITOS

Os colegas de Motomel (San Nicolás) estão desempregados desde a quinta-feira da semana passada. Sobre uma fábrica aproximada de 500 trabalhadores, somente está funcionando com 10%.

No dia 3 de abril realizaram uma nova assembléia para decidir como continua o conflito, e o que é necessário para ampliar a solidariedade, com o apoio e a divulgação.

SALÁRIO MÍNIMO DE 1600 $, JÁ!
NENHUMA DEMISSÃO!
TODOS TRABALHADORES DA EMPRESA PERMANECEM!

A bronca acumulada de meses, produto do aumento da cesta básica de alimento, do transporte público, etc.; que junto com à realidade que dia a dia suportamos os trabalhadores dentro da fábrica fez que disséssemos BASTA a esta situação.

- Os intermináveis ritmos de produção.
- As intermináveis jornadas trabalhistas.
- A implementação de bracelete na tentativa de aprofundar a disciplina
- A falta de higiene e segurança.
- A carência de um verdadeiro serviço médico.
- A precarização de colegas (terceirização) que fazem o mesmo trabalho e não são parte de fábrica diretamente, que representa a base do hartazgo da cada um de nós.

Por tudo isso, precisamos avançar ainda mais na representação em cada setor. Por isto achamos que devemos eleger delegados por seção e ganhar maior participação e democracia dentro da fábrica.

Camaradas: “Não podemos seguir assim, temos que entender que não somos animais, senão trabalhadores”.

É por isto que chamamos cada um a defender coletivamente nossa fonte de trabalho e nossa dignidade. Chamamos todos os companheiros a nos organizar por cada uma das demandas pedidas:

SALÁRIO MÍNIMO $1600, JÁ!
NENHUMA DEMISSÃO!
TODOS TRABALHADORES DA FÁBRICA PERMANECEM!
POR UM PLANO DE SEGURANÇA E HIGIENE DENTRO DA FÁBRICA!
POR REFEITÓRIOS E VESTUÁRIOS!
NÃO AO CONTROLE POR MÉDIO DO BRACELETE!
AVANCEMOS NA PARTICIPAÇÃO POR SETOR, COM DELEGADOS DE BASES!

TRABALHADORES UNIDOS DE MOTOMEL

Como informávamos na nota que publicamos no dia quarta-feira, os trabalhadores da Motomel estavam há vários dias em greve exigindo aumento salarial e melhores condições de trabalho (carecem de vestuários, devem comer junto às máquinas porque a empresa não possui de refeitório, etc.). Mas longe de dar uma alternativa aos trabalhadores, a patronal decidiu "temporariamente" fechar a fábrica (lock-out), mandou 100 telegramas de demissões.

Esta é a maneira em que se respeitam os direitos democráticos dos trabalhadores neste sistema capitalista, e demonstra a hipocrisia sobre a "democracia" e a "liberdade" de que tanto se orgulham o governo e os políticos do sistema; mas que não pode ocultar a existência da ditadura e o terror patronal que existe em todas as fábricas.

Como é habitual, os dirigentes sindicais (neste caso da UOM de San Nicolas), se faz prescindíveis nos conflitos entre os trabalhadores e os patrões. É por tudo isto que lhes pedimos a todos os colegas que possam se acerquem ou mandem mensagens de solidariedade aos trabalhadores de Motomel.

Os trabalhadores estão acampados em frente à porta da fábrica e estudam ações para encarar a luta contra as demissões e o fechamento patronal. Os colegas do ESB de Rosario vão esta manhã conversar com os colegas para pôr-nos a sua disposição e ver de que forma podemos os ajudar neste conflito, como o vimos fazendo já há alguns dias.

Podem mandar seus e-mails de solidariedade a:
mail: trabajadoresdemotomel@live.com.ar

terça-feira, abril 1

TOTAL APOIO À OCUPAÇÃO DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO - CAMPINAS

Foto: Fernando Gomes Martins
Na madrugada do dia 28 para o dia 29, cerca de 300 famílias ocuparam uma área em Campinas na Av. das Amoreiras, próximo ao Jd. Maria Rosa, a ocupação faz parte da Jornada nacional de ocupações urbanas, construídas com movimentos sociais de outros estados do país. Além de campinas, foram ocupadas também pelo MTST, uma área em Mauá e Embú das Artes.A proposta da Jornada é de retomar a luta por uma vida digna, com boas condições de moradia, saúde, educação, trabalho entre outras coisas, exigindo uma Reforma Urbana que possa propiciar ao povo pobre a construção de uma outra. E também demandar ao governo federal a destinação das verbas do PAC para a construção de moradias populares e não de grandes obras, ou empreendimentos imobiliários.As três ocupações se mantém no local, e crescem. Em campinas a área de cerca de 160 mil metros quadrados, é uma área particular de uma família de 8 donos que devem ao poder publico 10 anos de IPTU, cerca de 2,5 milhões de reais, é uma área que estava ociosa a mais de 20 anos e improdutiva.O MTST reivindica que a área seja desapropriada pelo município e destinada à construção de moradias populares.Os donos tentaram entrar na justiça com o pedido de reintegração de posse no dia seguinte à ocupação, mas o juiz desconsiderou a urgência do caso e considerou as provas insuficientes. Hoje, a ocupação completa quatro dias, e não se tem mais noticias sobre a reintegração de posse.Campinas é uma cidade onde existem grandes extensões de terras ociosas, e 400 mil famílias vivem em áreas não regularizadas, alem de 36 mil habitantes que esperam a anos na fila da COHAB, sem ter a onde morar. Nós acreditamos que a vida vale mais do que a propriedade privada, portanto não podemos permitir que famílias que vivam em beiras de rios e esgotos, junto a ratos e doenças enquanto governantes moram em palácios e andam de carros importados.Infelizmente nesta sociedade que vivemos onde manda quem tem dinheiro, a única forma dos trabalhadores garantirem seus direitos constitucionais é lutando nas ruas e exigindo organizadamente dos representantes eleitos, uma administração que garanta para o povo pobre sua dignidade, e não aos ricos sua segurança de ter ao fim do mês mais riqueza acumulada. Também por isso apoiamos todas as lutas dos trabalhadores e acreditamos que é fundamental a unificação dos lutadores neste momento de ataque ao povo pobre.

Natalia Szermeta

Coordenadora Estadual do MTST


Foto: Fernando Gomes Martins

Foto: Rafael Prata