sexta-feira, outubro 24

VITÓRIA! Trabalhadores da Flaskô e Apoiadores conseguem religar a energia elétrica!

A reunião convocada pela Superintendência do Ministério do Trabalho, a pedido dos trabalhadores da Flaskô, terminou com o compromisso da CPFL em religar a energia elétrica nesta sexta-feira (24/10). O corte havia sido feito há uma semana, sem aviso-prévio e rompendo as negociações entre as partes, que estava se desenvolvendo com a intermediação da própria Superintendência. Mas, após a pressão dos trabalhadores e apoiadores da fábrica ocupada Flaskô - inclusive com realização de ato público em frente à CPFL, e com a campanha de moções de repúdio contra o ocorrido - a companhia foi obrigada a voltar atrás e, além de restabelecer o fornecimento de energia elétrica, retomou as negociações exatamente de onde elas pararam.

Resultados

Assim, os prazos para pagamento das contas mensais foram restabelecidos, sem a ameaça de corte imediato por parte da CPFL. Além disso, o pagamento das parcelas das dívidas deixadas como herança maldita dos patrões sobre os trabalhadores fica suspenso até nova reunião, dia 27/11. A proposta dos trabalhadores é pagar esses débitos utilizando créditos de ICMS. A documentação exigida para isso é complexa, mas a comissão de fábrica já está se esforçando para conseguir.

Caso não seja possível quitar os débitos dessa forma, os trabalhadores propõem que 1% do faturamento mensal da fábrica seja destinado ao pagamento dessas dívidas.

Além disso, esgotadas as possibilidades de acordo, a CPFL somente poderá interromper o fornecimento de energia elétrica com aviso-prévio de 15 dias.

Continuar a luta

É claro que esse acordo não resolve todos os problemas da fábrica ocupada, mas diminui os riscos de corte de luz, além de significar uma grande vitória da mobilização unitária dos trabalhadores e aliados da Flaskô.

Para que a situação comece a ser resolvida, de fato, é necessário que o governo Lula retome as discussões com o Movimento das Fábricas Ocupadas, no sentido de estatizar a Flaskô sob controle operário e retirar a intervenção federal na Cipla e Interfibra, estatizando-as também sob controle dos trabalhadores.

Dessa maneira será possível manter os empregos, recuperar os direitos e o parque fabril e organizar democraticamente a produção para atender os interesses dos trabalhadores e do povo.

Agradecimento

Os trabalhadores da Flaskô agradecem ao apoio recebido nesse momento difícil, mas que foi crucial para manter a fábrica aberta, sob controle operário e em luta pela estatização e o socialismo!

Conselho de Fábrica da Flaskô

Trabalhadores e apoiadores da Fábrica Ocupada Flaskô intimam a CPFL em ato público

Cerca de 50 trabalhadores e apoiadores da Fábrica Ocupada Flaskô realizaram nesta quarta-feira (22/10) um ato público em frente à Companhia Paulista de Força de Luz (CPFL) para protestar pela retomada imediata do fornecimento de energia elétrica e pela retomada da negociação (de onde ela parou).

Na segunda-feira (20/10), uma comissão da fábrica foi até a CPFL para conversar, mas a companhia não recebeu os trabalhadores, não confirmou o motivo do corte e nem sequer aceitou protocolar os documentos que a comissão levou. Um funcionário disse que tinha ordens para não receber nada e nem ninguém da Flaskô.

Diante dessa intransigência, no dia seguinte, a comissão procurou a Superintendência do Ministério do Trabalho (DRT/SP), que estava mediando as negociações, para relatar o ocorrido. A DRT resolveu, então, intimar a CPFL a comparecer, em 48 horas, numa nova audiência. O prazo se esgota nesta quinta (23/10), às 14h.

Assim, o ato público marcou a entrega dessa intimação para a CPFL e expressou a resistência e os sentimentos dos trabalhadores e aliados do Movimento das Fábricas Ocupadas.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Sindicato dos Químicos de Campinas, mandato do vereador Paulo Búfalo (PSOL/Campinas), estudantes da UNICAMP e Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH - UNICAMP), Associação de Moradores do Parque Bandeirantes, além de uma delegação de militantes da Esquerda Marxista de SP e Campinas compareceram à manifestação.


CPFL passa ridículo

A intransigência da CPFL beira o ridículo. Ao saber da manifestação, preparou um esquema de segurança para impedir a entrada dos trabalhadores na sala da recepção e passou correntes e cadeado no portão do estacionamento.

Foi preciso conversar com o responsável para permitir que os trabalhadores tomassem água e utilizassem o banheiro da recepção, mesmo assim, a entrada só foi permitida para uma pessoa por vez.

Porém, a humilhação também envergonha quem humilha e os trabalhadores souberam minar a truculência da CPFL com sarcasmo e bom humor. Um dos seguranças ganhou até um apelido... Brincadeiras à parte, com certeza, o tratamento dado aos empresários e banqueiros da região é bem diferente deste, destinado ao povo pobre e trabalhador.


Depoimento marcante

A companheira Carla é esposa do companheiro Tiago, trabalhador da fábrica, e o casal tem uma filha de 6 meses de idade e mora na Vila Operária e Popular, bairro construído pelo povo no terreno que pertence à Flaskô.

Um funcionário da CPFL comentou que estava com dó dela e do bebê pelo sol forte que fazia no momento do ato público. A companheira agradeceu a preocupação, mas pegou o microfone e disparou: "a CPFL tinha que ter dó antes de cortar a energia dos trabalhadores. Eu moro nos fundos da fábrica e uso a mesma luz na minha casa. Como pode uma mãe de família, com um bebê para cuidar, viver no escuro? Tinha comida na minha geladeira que tive que jogar fora porque estragou"!

Além deste, vários outros depoimentos relataram o susto, o perigo, o descaso e o prejuízo causados pelo corte de energia elétrica.


A bola está com o governo

Com a reunião marcada pela DRT/SP, a questão está nas mãos do governo Lula, pois o órgão pertence ao Ministério do Trabalho. Os trabalhadores lutam para dobrar a intransigência da CPFL, mas se o governo não fizer nada na audiência ou for conivente com a empresa, a fábrica ocupada Flaskô poderá ser levada ao fechamento, já que sem energia elétrica não dá para produzir e, sem produzir, não dá para pagar os salários e manter os empregos.

Por isso, em mais um esforço heróico, os trabalhadores da Flaskô convocam, em regime de urgência, um ato na DRT/SP, nesta quinta-feira (23/10), às 14h (Rua Martins Fontes, esquina com a Av Consolação).

segunda-feira, outubro 20

SOCORRO CORTARAM NOSSA ENERGIA - VEJA AS MATÉRIAS E AS FOTOS ABAIXO

Nesta quarta-feira, dia 22/10 - Às 11h - Na CPFL Campinas - Rodovia Campinas Mogi-Mirim

Envie moções Urgentemente:
Pedimos a todos os companheiros apoiadores das fábricas ocupadas, todos os movimentos sociais, entidades sindicais, partidos e parlamentares comprometidos com o povo trabalhador a sustentar a luta da fábrica ocupada Flaskô: enviem moções à CPFL e ao Ministério do Trabalho (que está intermediando a questão), exigindo a retomada do fornecimento de energia elétrica e a retomada das negociações (de onde elas pararam).
Gerência da CPFL - Campinas A/C Carlos Alcântara alcantara@cpfl.com.br
Gerência da CPFL - Campinas A/C de Ulisses Guerreiro guerreiro@cpfl.com.br
Superintendência do Ministério do Trabalho/SP
A/C Lucíola Rodrigues Jaime
luciola.jaime@mte.gov.br

CPFL rompe acordo com trabalhadores da Flaskô e interrompe fornecimento de energia elétrica

Nós, trabalhadores da Flaskô, precisamos de socorro e ajuda imediata. A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) cortou às 18 horas da última sexta-feira (17/10) o fornecimento de energia na fábrica. Precisamos de uma ação imediata e forte para resistirmos mantendo nossos empregos.
Desde o dia 02 de setembro estamos negociando com a CPFL, intermediados pela Superintendência do Ministério do Trabalho de São Paulo. Após reunião entre os trabalhadores da Flaskô e a CPFL, na sede do Ministério do Trabalho de São Paulo, foi acordada a suspensão do pagamento de um acordo no dia 15 de setembro, que depois pagamos para garantir a continuidade da produção. Também foi marcada uma nova reunião para 30 de setembro na sede da CPFL e outra em 07 de outubro no Ministério do Trabalho para dar continuidade às negociações. Na reunião de 30 de setembro, assinamos a suspensão do pagamento do acordo até 27/11, quando faríamos outra reunião tentando viabilizar o entendimento entre as parte quanto à forma de pagamento. Assim, ficou acordado também suspender a reunião com o Ministério do Trabalho do dia 07/10.
No entanto, fomos surpreendidos com a ruptura do acordo por parte da CPFL que nos cortou a energia sem nenhum aviso prévio. Parece-nos que a CPFL simplesmente estava interessada em cancelar a reunião no Ministério do Trabalho para nos atacar, pois sabe que toda a questão se concentra na discussão da luta pelos empregos e pelos direitos. Confirma-se ridícula a afirmação de “responsabilidade social” por parte da CPFL, escondida atrás de fraudulentos espaços culturais que serve somente para ter isenção de impostos.
Nossos empregos estão em risco caso a energia não seja religada imediatamente. Há quase um ano e meio a CPFL cumpriu o mesmo papel nefasto, cortando a energia na fábrica depois do pedido do fascista do Interventor da Cipla e foi obrigado a retomar as negociações com os trabalhadores da Flaskô, após ficar provado a fraude da intervenção na Flaskô. Um ano atrás, vencemos, depois de muita dor e sofrimento durante 40 dias, mas nunca recuperamos os prejuízos que, na realidade, deveriam ser pagos pela CPFL.
Por isso não podemos aceitar essa ação desleal da CPFL. Precisamos de todo o apoio para retomar o fornecimento de energia na fábrica, com a mais ampla solidariedade em defesa da trincheira que a luta dos trabalhadores da Flaskô fincou na luta contra o desemprego.
Assim decidimos adotar uma série de medidas sendo a primeira delas o pedido de solidariedade a todos os trabalhadores e trabalhadoras em todo o Brasil para o envio de moções de apoio direcionadas à CPFL, solicitando o restabelecimento das negociações e, para isso, a retomada do fornecimento de energia para os trabalhadores imediatamente.
Pedro Santinho
Coordenador do Conselho da Fábrica Ocupada Flaskô
(11) 9930-6383
Fernando Martins
Coordenador Suplente do Conselho da Fábrica Ocupada Flaskô
(19) 8164-1971

CPFL não tem responsabilidade nenhuma com o social!

No momento do corte de energia elétrica, dois trabalhadores estavam em contato com o moinho, o que poderia acarretar em um acidente grave e até mesmo em perigo de morte. No detalhe, peça entalada no meio do equipamento de moer.

Fábrica no escuro é um cemitério de postos de trabalho e prejudica a segurança, que terá trabalho redobrado para defender o patrimônio dos trabalhadores.

Produção interrompida significa perda de clientes, pois os trabalhadores não conseguirão entregar as peças solicitadas. Sem faturamento, não há como pagar os salários e manter os empregos.

Com o corte brusco de energia elétrica, o plástico resfria e endurece dentro das máquinas, o que pode danificar os equipamentos e gerar graves prejuízos. Mesmo que as máquinas não quebrem, os trabalhadores perderão horas e horas até conseguirem fazê-las funcionar corretamente.

quinta-feira, outubro 9

RESULTADO DA MANIFESTAÇÃO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO EM SÃO PAULO

Como está retratado na publicação anterior, nossa Manifestação no Ministério do Trabalho em São Paulo foi muito boa e alguns dias depois já nos trouxe alguns resultados: A Superintendente Sra. Luciola, intimou a CPFL (Cia Paulista de Força e Luz) a se reunir conosco no Ministério do Trabalho em São Paulo para que eles tratem os Trabalhadores da Flaskô de maneira diferenciada, pois são operários na gestão da Fábrica, a Flaskô não pode ser tratada como uma empresa qualquer, ou seja, temos que trabalhar sem sofrer tanta pressão e ameaça de corte de energia que nos atinge constantemente.
Após várias propostas inclusive de "perdão" de dívidas antigas, chegamos a uma boa conclusão: vamos ficar dois meses sem pagar a parcela de acordo de pagamento de dívidas antigas, dívidas que se arrastam desde o dia da ocupação há cinco anos atrás. Esses dois meses são de fôlego, afinal, são 30 mil reais por mês de pagamento de dívidas antigas e mais cerca de 40 mil da conta do mês, "ninguém merece". Tem uma outra proposta que muito nos interessa que é pagar essa dívida de acordo com nosso faturamento, 1% do faturamento ao mês, diminuiria em 90% o que estamos pagando hoje. Isso será resolvido mesmo após os dois meses de "carência".
Mas agradecemos todos que juntos com a gente fizeram essa batalha, vamos seguir na luta pela manutenção de nossos postos de trabalho.
Na Foto da reunião no MInistério do Trabalho em São Paulo: representantes da prefeitura de Sumaré e Câmara dos vereadores, Superintendência do Trabalho, CPFL e nós da Flaskô.