Vitoriosa Conferência Internacional
No dia 31 de Maio, mais de 200 ativistas de oito estados brasileiros (Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), além de convidados internacionais da Argentina, Bolívia, Paraguai, Venezuela, Angola, Tanzânia, Quênia e Estados Unidos lotaram o Auditório Franco Montoro, da Assembléia Legislativa de SP (ALESP), na Conferência “Tirem as Mãos da Venezuela” que articula a solidariedade à revolução venezuelana.Companheiros da Venezuela, Bolívia, Paraguai e Argentina ajudaram a explicar a real situação da luta de classes na América do Sul e a importância do processo revolucionário em curso na Venezuela para os trabalhadores e povos da região, que sofrem com a exploração imperialista.A luta de classes na Venezuela, os avanços, perigos e contradições da revolução foram avaliadas por Elio Colmenares, ex-ministro da Indústria Ligeira e Comércio, por Ruben Linares, presidente da Federação Nacional dos trabalhadores no transporte de combustíveis e da coordenação da central UNT (União Nacional dos Trabalhadores) e por Nélson Altuve, representando o Conselho de Fábrica da Inveval - fábrica sob controle operário estatizada pelo governo Chávez em 2005 - e a FRETECO (Frente Revolucionária de Trabalhadores de Empresas em Co-gestão e Ocupadas).Já o companheiro Andrés Mamani, falou em nome da FSTMB (Federação Sindical dos Trabalhadores Mineiros da Bolívia) e trouxe a saudação da COB (Central Operária Boliviana) enviada pelo companheiro Pedro Montes, Secretário Executivo. Explicou ainda que os capitalistas e oligarcas da Bolívia tentam dividir a nação (pretensa autonomia dos departamentos) como forma de derrotar o processo revolucionário. Andrés também explicou os mineiros criticam Evo Morales por não se apoiar nos mineiros e na classe trabalhadora organizada para garantir e avançar a mudança social, mas que acaba lançando camponeses contra o movimento operário e que isto debilita o processo revolucionário e tem permitido os avanços da direita.Do Paraguai o companheiro Bernardo Rojas, presidente da CUT-Autêntica (a maior central sindical do país), destacou a importância da vitória eleitoral de Fernando Lugo à presidência, como fruto da insatisfação popular com os 61 anos de Partido Colorado no poder e expressão da situação revolucionária da América Latina que chegou ao Paraguai. Também chamou à atenção para a necessidade de renegociar o injusto tratado da Hidrelétrica de Itaipu.Já a companheira Júlia, da IMPA (metalúrgica argentina sob controle operário desde 1998), falou sobre a importância do movimento das fábricas recuperadas e da recente e vitoriosa luta que travaram para retomar a fábrica, após um despejo judicial violento.O companheiro Serge Goulart, Coordenador do Movimento das Fábricas Ocupadas, ressaltou que neste dia (31 de maio) fazia um ano que o governo Lula havia pedido e comandado a invasão policial militar das Cipla e Interfibra, fábricas controladas pelos trabalhadores. Sob a falsa alegação de cobrar uma dívida dos antigos patrões Lula e Luis Marinho mancharam para sempre suas mãos e sua história mandando a polícia armada até os dentes contra trabalhadores.Ressaltou Serge Goulart que, entretanto, a coalizão de Lula com os capitalistas fracassou em tentar liquidar a luta extraordinária destes trabalhadores pela estatização das fábricas. Eles tomaram militarmente as fábricas expulsando os trabalhadores, mas ao invés de matar o movimento eles o tornaram imortal, transformando-o numa bandeira vermelha que eles não poderão nunca apagar da história.A Conferência recebeu a participação e integração na campanha do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e da Casa das Américas além de outras organizações, núcleos do PT, e associações ligadas à luta de solidariedade revolucionária internacional.Na hora do almoço, jovens organizados na JR (Juventude Revolução) se reuniram no plenário para encaminhar a organização de um acampamento nacional de jovens pela revolução em Julho que, dentre outras questões, tratará da Revolução na América Latina e da agressão/invasão do imperialismo na Amazônia.Um momento importante foi a discussão sobre o financiamento da própria conferência. A partir de um apelo dos organizadores os presentes contribuíram com diversos valores. O total arrecadado terminou de cobrir todas as despesas da Conferência. Foi uma verdadeira demonstração de independência financeira, base da independência política dos socialistas revolucionários.Encaminhamentos da campanha TMVDurante a tarde, uma mesa representando as delegações e organizações nacionais presentes levantou propostas para a continuidade da campanha “Tirem as Mãos da Venezuela”. A palavra também foi aberta ao plenário, o que resultou num rico debate. Destaque para as intervenções de Megan Hise, ativista dos EUA que se colocou contra o imperialismo e a guerra no Iraque e para a camarada Verônica, da Argentina, que falou em nome da Corrente Marxista “El Militante”, seção da CMI (Corrente Marxista Internacional).Entre as propostas está a formação de uma delegação brasileira para ir à Venezuela no período das eleições para prefeito e governador no país e reunir-se com Chávez convidando-o a vir ao Brasil na Conferencia “Tirem as mãos da Venezuela” de 2009. Esta delegação levará seu apoio às candidaturas do PSUV que enfrentarão mais uma pesada campanha dos reacionários venezuelanos dirigidos pelo governo dos Estados Unidos.Outra proposta é de que todos os presentes se dirigissem ao Governo Lula para que ele reveja o acordo de Itaipu de forma que pare de lesar a soberania do povo paraguaio irmão.Para ampliar a campanha decidiu-se, ainda, a realização de conferências estaduais e locais no segundo semestre de 2008 em todo o país.Uma homenagem foi prestada pela Conferência com intermináveis aplausos saudando a companheira Lili que, com seus 84 anos, participou de toda a Conferência trazendo a todos sua longa tradição de militante comunista e petista de muitas décadas.Encerrada com muitas palavras de ordem todos os presentes eram unânimes em ressaltar o êxito e o extraordinário clima militante e combativo da Conferência.
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