segunda-feira, maio 14

"Os trabalhadores de Sidor estamos unidos exigindo a nacionalização da empresa..."

"Os trabalhadores de Sidor estamos unidos exigindo a nacionalização da empresa..."
Escrito por União Nacional de Trabalhadores-CCURA (Imprensa)
quarta-feira, 09 de maio de 2007
 
"Os trabalhadores de Sidor estamos unidos exigindo a nacionalização da empresa, sem indemnização e sob controle operário"
 Declarações de José Meléndez, diretor de Sutiss (sindicato de Sidor)
 
A cidade Guayana arde nestes momento, mas não é só pelo calor sufocante típico dessa região do país, senão pela raiva dos sidoristas que estão cansadosmelendez da brutal exploração a que são submetidos pelo consórcio multinacional Techint, que administra a principal siderúrgica do país. As declarações de Chávez ameaçando com a nacionalização da empresa foram a faísca que acendeu os trabalhadores de Sidor.
Para conhecer de primeira mão a situação dos trabalhadores de Sidor, conversámos via telefónica com José Meléndez, diretor do sindicato de Sidor, integrante da Aliança Sindical e da Corrente Clasista, Unitaria, Revolucionária e Autónoma da UNT.
"Desde 1998 quando foi privatizada Sidor pelo governo de Caldera, se veio produzindo uma piora progressivo nas reivindicações socioeconómicas em Sidor, que atinge a um menos 300% dos benefícios com que contavam os trabalhadores antes de sua privatização. Benefícios como a meritocracia, a cláusula 14, bonos noturnos, entre outros, desapareceram ou se deterioraram significativamente."
Meléndez afirma que não só se trata do enxugamento do recurso humano da empresa, muitos dos quais foram despedidos ou passaram a trabalhar em condições de tercerização, senão também na exploração mais terrível dos que conseguiram se manter trabalhando na que já foi uma das mais importantes siderúrgicas do continente.
"Foram fechados os Centros de Ações Sociais, desapareceram os eventos culturais e desportivos que patrocinava Sidor; o kinder para os filhos dos trabalhadores foi demolido diantes dos seus próprios olhos; mais de 3000 pequenas empresas que prestavam serviço a Sidor foram fechadas. Tudo isto põe em evidência que não existe um capitalismo bom e outro mau, o fato de que os principais acionistas da empresa sejam latinoamericanos não muda a essencia exploradora do capital. Techint é uma multinacional e comporta-se da mesma maneira que fá-lo-ia uma multinacional gringa, japonesa ou européia. Para maximizar seus ganhos estes exploradores submeteram a seus trabalhadores a uma brutal exploração, condenando a seus filhos e a suas famílias a terríveis condições de vida. E isto o dizemos com conhecimento de causa, já que sofremos todos os dias as consequências nefastas da precarização do trabalho.
"Mas ademais, como boa multinacional que não tem pátria nem bandeira, e que pouco lhe importa nosso país, denunciámos que de cada 100 vagões de ferro que saem do cerro San Isidro, se lhe estão presenteando 50 ao consórcio, pelo compromisso contraído com os governos da IV República, e lamentavelmente isto segue sucedendo em plena revolução.
"O presidente Chávez denunciou que Sidor exporta a maioria dos tubos e cabillas, deixando o mercado nacional sem estes produtos. Sobre isto Meléndez propôs: "Sacam material de planchón, isto é, produtos semi-terminados, enviam-no a Hilsa, outra empresa que o consórcio tem no México, lá o metem em laminador, isto é, terminam o produto, e depois o vendem a Venezuela 3 ou 4 vezes mais caro. E isto se deve a que o berço por onde saem os produtos que se exportam, está sob controle da empresa, que faz o que lhe dá a vontade com os recursos naturais de todos os venezuelanos."
No dia de hoje, mais de 400 trabalhadores de Sidor, encabeçados pelos dirigentes da Aliança Sindical, tomaram o edifício sede da CVG em Alta Vista, Porto Ordaz, demonstrando que estão unidos na exigência de nacionalización da empresa. "É falso que os sidoristas estamos divididos, como alguns meios trataram de fazer ver, pelo contrário, hoje estamos mais unidos que nunca, exigindo ao presidente Chávez que não lhe trema o pulso à hora de expropiar a Sidor, no entanto achamos que isto não pode ser uma simples compra; bastante que já Techint sacou recursos do país e explorado os trabalhadores. Nós propusemos que a empresa deve ser expropiada sem indemnização e posta sob controle e gestão direta de seus trabalhadores, como hoje fazem seus irmãos de classe de Sanitários Maracay, com quem nos solidarizamos."
Por outra parte, Meléndez convocou ao povo guayanés a uma grande assembleia de trabalhadores e comunidades a realizar-se hoje terças-feiras a partir das 7 da noite na praça do Ferro em Porto Ordaz, em apoio à luta dos sidoristas, que por certo manhã retomam a discussão de seu contrato colectivo, e a exigência de expropiación da empresa.

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