domingo, abril 8

APPO - trabalhadores do México em Luta

"Falhou o governo ao desconsiderar solicitação de diálogo"
 
A Secretaria de Governo (SG) está equivocada; o conflito segue: APPO
A polícia detém ilegalmente um ativista e o golpeia
OCTAVIO VELEZ CORRESPONSAL Oaxaca, Oax., 7 de abril.
 
A Secretaria de Gobernación (SG) "está a se equivocando gravemente" ao dar por atendidas as demandas do povo e minimizar a Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), afirmou o portavoz da organização, Florentino López Martínez.
Assinalou que o departamento federal se equivocou ao desconsidera a solicitação da APPO de instalar uma mesa de diálogo, porque "o movimento e a luta não terminaram".
"Para o povo a destituição do tirano (o governador Ulisses Ruiz Ortiz), a libertação de todos os presos políticos e de consciência, o castigo aos responsáveis da repressão e a atenção de uma infinidade de reivindicações são demandas vigentes", sustentou.
López Martínez fez questão de dizer que a Secretaria do Governo (SG) "comete um erro de tato político" ao colocar o conflito oaxaqueño no ranking de demandas "atendidas", pois "seguem vigentes as exigências políticas, sociais, económicas, agrárias e de justiça que lhe deram origem".
"Há ainda 43 companheiros que estão injustamente presos, não são responsáveis pelosd delitos que lhes imputam, e 23 viúvas e familiares que clamam castigar aos autores dos crimes, bem como dezenas que demandan justiça pelas torturas, os sequestros sofridos e outras tantas violações aos direitos humanos", assegurou.
Isso, agregou, sem contar que os pedidos da Secção 22 do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE) também não foram atendidos, apesar de que a Secretaria do Governo subscreveu uma carta de acordo com os dirigentes para suspender o desemprego indefinido de trabalhadores e pactuar o retorno a classes em outubro do ano passado.
 
Mais abusos
 
Por outra parte, um integrante da APPO foi detido ilegalmente e depois deixado em liberdade na última quinta-feira por agentes do Grupo de Operações Especiais da polícia municipal de Oaxaca. Carlos Daniel Lara Jiménez, estudante da Universidade Autónoma Benito Juárez de Oaxaca (UABJO), foi preso em torno do meio dia, quando caminhava sobre o Periférico Eduardo Mata, nas imediações do Mercado de Abasto.
"De uma camioneta baixaram quatro polícias para prende-lo imediatamente, com requinte de violência. O levaram pelo antigo caminho a Monte Albán, duas horas aproximadamente, onde foi golpeado e torturado", informou Zenén Bravo Castelhanos, integrante do conselho estatal da APPO. Explicou que os polícias "o chamaram por seu nome", lhe roubaram seus pertences, copiaram os números telefónicos de seu celular e o interrogaram especialmente sobre o paradeiro do portavoz do movimento, Florentino López, e de Gustavo Adolfo López Ortega, integrante da comissão de segurança. Lara Jiménez foi liberado aproximadamente às três da tarde desse mesmo dia, nos arredores do Instituto Tecnológico de Oaxaca, "mas com severas lesões no rosto e costillas", assinalou Bravo Castelhanos.

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