quinta-feira, abril 19

Ferroviário trocado por embaixador dos EUA morre aos 80 anos no SE - Destaque no " De Olho nos Trilhos".

16/04/2007

Ferroviário trocado por embaixador dos EUA morre aos 80 anos no SE.

Morreu na madrugada de 14 de abril de 2007, em Aracaju, de parada cardiorrespiratória o ferroviário Agonalto  Pacheco, de 80 anos, um dos 15 presos políticos que, em setembro de 1969, foram trocados pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Elbrick,  seqüestrado por militares do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e da Ação Libertadora Nacional (ALN). O corpo foi enterrado por volta das 16h30, no Cemitério Santa Isabel, na capital sergipana.

Pacheco era natural de Aquidabã (SE) e deixa nove filhos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Estado divulgou uma nota informando que estava de luto em virtude da morte dele, "um dos personagens mais importantes da historia recente de Sergipe". Trabalhador ferroviário, ex-líder comunista e vereador pela capital pelo PTB na eleição de 1958, esteve entre os militantes que lutaram contra a ditadura militar, durante os "anos de chumbo" do regime, sendo preso e torturado. Segundo o comunicado da CUT, "neste dia triste para a historia sergipana, a entidade saúda a memória deste defensor incansável pela liberdade, um exemplo de luta dos trabalhadores de Sergipe e de todo Brasil".

O seqüestro de Elbrick ocorreu em 4 de setembro de 1969, cinco dias após uma junta militar assumir o poder no lugar do ex-presidente Arthur da Costa e Silva, que havia deixado o governo por questões de saúde.

Os seqüestradores, liderados pelo jornalista Franklin Martins, exigiam a liberação de 15 presos políticos, em troca da devolução do embaixador dos EUA no Brasil. A junta cedeu e permitiu que os prisioneiros fossem levados de avião para o México. Elbrick seria libertado em 7 de setembro.

Pacheco foi detido na porta principal do Mappin, em São Paulo, em 8 de janeiro de 1969.

O ferroviário fio levado para o antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e torturado, pois os investigadores queriam saber onde estava o guerrilheiro Carlos Marighela. Numa entrevista concedida ao jornalista Osmário Santos, do "Jornal da Cidade", em 24 de março de 1996, Pacheco afirmou que, com o seqüestro do então embaixador do EUA, ele saiu do presídio em São Paulo para o Aeroporto Internacional de São Paulo, Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo, e seguiu para o Rio de Janeiro."Conduziram-nos até junto do avião, onde fomos fotografados ao meio dia. Viajamos para Belo Horizonte, onde pegamos um preso. Ameaçaram jogar a gente no Rio Amazonas; na Bahia, outro. Depois, Recife, quando pegamos Gregório Bezerra (ex-deputado). O ultimo foi Belém. Aí ficamos sobrevoando o estado dos Amazonas. Eles ficaram sobrevoando, ameaçando jogar a gente no Rio Amazonas".

Pacheco disse na entrevista que "foi uma viagem apreensiva". Chegamos ao México no dia sete de setembro, à tarde, pois eles achavam que podiam ainda localizar o embaixador. Comunicamos nossa chegada ao México, e aí eles soltaram o embaixador.Tem um episodio interessante desse embaixador: a imprensa perguntou se ele tinha sido bem tratado no cativeiro.

Ele disse que os rapazes eram educados e que sabiam falar inglês. Depois, não foi enviado pelos Estados Unidos a país nenhum do mundo. Do México, depois de um mês, aceitamos o convite de Fidel Castro, que fez o convite para todo grupo, mas só foram 13 "Após quatro anos, conclui o curso superior de Filosofia e não foi para Academia de Ciências da Rússia fazer doutorado por causa da assinatura da anistia". ( Fonte:Agencia Estado)

 



Escrito por SINFERROBRU- CUT às 17h23
Ferroviário trocado por embaixador dos EUA morre aos 80 anos no SE.
 
Saudações fraternas,
 
Roque José Ferreira

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